O carioca Estevão Roberto da Silva (1844-1891) foi o primeiro negro a se formar pela Academia Imperial de Belas Artes do Brasil. Apesar da importância de sua obra, de excepcional qualidade, o artista continua relegado ao segundo plano revelando o quanto o preconceito racial ainda está presente no país. Foi com flores e frutos que Estevão da Silva construiu uma obra que é um grande legado às artes visuais brasileiras, superior em qualidade a muitos artistas brancos que, com obras menores, ocupam espaço em museus e galerias como o Museu de Arte de São Paulo (MASP) e o próprio Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, que tem em seu acervo quadros do artista. A melhor resposta que Estevão da Silva encontrou ao forte racismo de sua época está numa obra sensível e vigorosa. Bela e artística resposta a um país onde o racismo é imperativo e está lamentavelmente enraizado.
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