Por Yume Ikeda, de Tóquio
Flor preferida de Christian Dior (1905-1957), o lírio-do-vale deu origem, por simulação, ao perfume preferido da eterna princesa Diana: o Diorissimo.
Planta que floresce na primavera do Hemisfério Norte e da Ásia, preferencialmente nos vales, é altamente tóxica tem um aroma suave e marcante e carrega o nome botânico de Convallaria majalis. Sua flor é conhecida também como mugué, muguet, muguete-do-vale e círio de Nossa Senhora.
Encantado com sua beleza e aroma, Christian Dior, em parceria com o perfumista Edmond Roudnitska, criou em 1956 o Diorissimo. Este perfume simula o aroma do lírio-do-vale e tornou-se o preferido da eterna princesa britânica Diana, por ser suave e marcante.
Dior, desde então, tem feito pouquíssima propaganda em torno do produto, hoje um clássico da perfumaria mundial. E para confundir chegou inclusive a lançar bolsas com o nome de Diorissimo procurando deixar o perfume, que é um sucesso, na prateleira, ao alcance apenas daqueles que ainda o procuram.
Diorissimo, é claro, é bem mais interessante do que J’Adore e Miss Dior nos quais a grife investe seu esforço publicitário. Até por ser um clássico, vintage, de uma época passada, Diorissimo tem seu charme. E tem o aroma, ainda que simulado, do lírio-do-vale, singelo, marcante e que cobre de cores brancas as belas montanhas europeias quando chega a primavera e esses pequenos arbustos ganham vida .
Uma lufada de pureza que faz com que a flor seja associada à esperança e, é claro, à paz que todos desejamos. Em tempos sombrios como este ano de 2020, marcado pela pandemia Covid-19, a esperança por uma vacina que nos livre desse assolador vírus nos move, que os lírios-do-vale em flor nos tragam, de fato, esperança e esse aroma suave de vida em harmonia com a natureza, hoje também tão maltratada.