
O Estado de São Paulo é o líder brasileiro na produção de banana e celebra o feito ao som de uma marchinha de carnaval, imortalizada por Carmem Miranda: Yes, nós temos banana.
Do portal da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Nosso querido Braguinha (Carlos Alberto Ferreira Braga) não tinha ideia de que suas palavras seriam premonitórias quando compôs Yes nós temos banana, em parceria com Alberto Ribeiro, no carnaval de 1938. A marchinha era uma crítica bem humorada à arrogância dos americanos que chamam os países da América Latina de “banana republics”. Pouco mais de 80 anos depois, o Brasil, que naquela época era importador de alimentos, tornou-se um dos maiores produtores e exportadores de grãos, carnes bovina e de frango, cana-de-açúcar, citros e, não poderíamos esquecer, de bananas.
As primeiras plantações da fruta surgiram na China, por volta do século III. Em 2018, a produção mundial de banana foi de 127,3 milhões de toneladas, das quais 24% foram cultivadas em território chinês. No Brasil, foram produzidas 6,8 milhões de toneladas, montante que posiciona o país como quarto maior produtor mundial, informa a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Quatro estados brasileiros concentram mais da metade da produção nacional. São Paulo ocupa o primeiro lugar no ranking, respondendo por 15,7% do total produzido em 2018; na sequência aparecem Bahia (12,2%), Minas Gerais (11,3%) e Santa Catarina (10,5%), informam Silene Maria de Freitas e Maximiliano Miura, pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) e Flávio Luis Godas, engenheiro agrônomo da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais (Ceagesp).
Em 2019, a produção paulista alcançou 1,1 milhão de toneladas e respondeu por 19,3% (R$1,6 bilhão) do Valor da Produção das Frutas Frescas do Estado, valor que a posiciona em primeiro lugar no grupo. Para 2020, os dados do quarto levantamento de previsão de safra sinalizam pequena oscilação negativa de produção (-2,7%). A atividade poderá atingir o total de 1,03 milhão de toneladas da fruta, em uma área de 51,6 mil hectares, sendo que a região de Registro responde por 65% da produção paulista.
Existem várias cultivares – destinadas ao consumo in natura ou à preparação de receitas doces e salgadas – que são plantadas e consumidas, atendendo à preferência do consumidor. Dentre as variedades de banana cultivadas em São Paulo e que são comercializadas na Ceagesp, destacam-se: figo, maçã, nanica climatizada, ouro, prata e da terra. Provavelmente em função da diversidade de formas como a banana-nanica pode ser consumida, bem como a indicação da prata para processamento industrial, verifica-se que as principais variedades fornecidas no entreposto são a nanica climatizada (76%) e a prata (21,4%).
Os principais municípios produtores de banana e que fornecem para o entreposto são: Sete Barras, Jacupiranga, Miracatu e Eldorado. Os bananais de Sete Barras são bastante diversificados. Lá, encontram-se todas as cultivares comerciais. O município lidera a produção de nanica climatizada e da terra. Jacupiranga lidera a produção de prata e é o terceiro mais importante na comercialização da nanica, atrás de Sete Barbas e de Miracatu. A banana-maçã está em terceiro lugar na preferência do paulistano, sendo que o abastecimento dessa variedade para a capital paulista, além de depender da disponibilidade da oferta de outros estados, está bastante concentrado em Penápolis, que também lidera a produção de banana-figo. No primeiro semestre, a banana-maçã encontra muita concorrência da nanica, pois ambas têm o pico de comercialização entre março e maio.